Semearhis Login:
Informe seu e-mail abaixo para continuar!
XDaniela Longoni BLOG 1688 views 5 min. de leitura
Você já pensou como é para um surdo conhecer a Torre Eiffel em Paris, para um cadeirante visitar Machu Picchu no Peru ou para uma pessoa com nanismo explorar as belezas da Serra Gaúcha?
Quando se pensa em novas experiências, muitos objetivos concentram-se em conhecer novos lugares, sejam países, estados ou cidades e assim, vivenciar novas perspectivas e conhecimentos, tal como experimentar novos aromas e sabores. Vivenciar essas situações, porém, pode tornar-se mais complicada para algumas pessoas do que para outras, e aqui não estamos falando de dinheiro.
Durante as viagens, turistas têm de frequentar diversos espaços, ocupam meios de transporte como carro, ônibus e avião, hospedam-se em hotéis e pousadas, alimentam-se em lanchonetes, cafeterias e restaurantes, fazem compras em lojas e shoppings, assim como percorrem inúmeras outras áreas, internas e externas. É por esse motivo que a acessibilidade deve ser pensada como um todo, fazendo parte de todos os projetos civis das regiões, apresentando-se como uma maneira de oferecer inclusão a todos os habitantes e visitantes.
Quando se fala em acessibilidade e inclusão, fala-se também em uma vasta legislação e normas técnicas estruturadas com base nos três pilares da acessibilidade. Saiba quais são eles:
Com a presença desses três pilares nos espaços, é possível que Pessoas com Deficiência tenham tantas experiências quanto qualquer outro turista na mesma rota.
No Brasil, somente são consideradas acessíveis construções que possuam condições de acesso a todos os seus ambientes de uso comum, assim como aqueles abertos ao público. As regras para os hotéis e pousadas, segundo o Decreto nº 9.269/2018, determinam que esses devem atender o desenho universal e oferecer uma quantidade mínima de quartos adaptados com todos os itens apresentados em norma. A quantidade de quartos adaptados varia conforme a data da sua construção. Esse decreto tem como objetivo permitir que o maior número de hóspedes, independentemente de sua condição física, sensorial, intelectual ou mental, possa usufruir de todos os serviços e atividades oferecidas pelos estabelecimentos.
Normalmente os problemas já começam nos acessos e para isso existem diversos recursos disponíveis para implantação:
Em hotéis, as adaptações devem ser feitas também dentro dos quartos:
Os restaurantes devem incluir adaptações para todos os seus serviços e áreas disponíveis:
Tão necessário quanto as adaptações físicas do ambiente, contudo, é o comprometimento dos estabelecimentos na adoção da Acessibilidade Atitudinal. Essa se refere a um conjunto de práticas interpessoais que refletem no relacionamento com o público, seja no treinamento de funcionários, na proatividade em resolver problemas, na comunicação acessível - virtual e presencial -, na implantação de recursos, assim como na inclusão de funcionários PcD, que podem prestar auxílio através dos conhecimentos pessoais.
Pessoas com Deficiência e com mobilidade reduzida, idosos e gestantes representam uma grande parcela da população que busca por autonomia, novas experiências e vivências comuns. Algumas ações, porém, tornam-se mais complexas por falta da acessibilidade na infraestrutura brasileira e é por esse motivo que a conscientização dos empreendedores na área de turismo é tão importante quanto parece, uma vez que faz bem mais que apenas entrar em cumprimento com as leis e normas técnicas, torna-se uma ferramenta de inclusão e transformação social, trazendo igualdade para todos.
Consultora em Acessibilidade. Arquiteta com experiência em Projetos de Acessibilidade e Gerenciamento de Projetos.
Todas as publicações do(a) autor(a)Informe seu e-mail abaixo para continuar!
X
Olá, deixe seu comentário para Transformando o turismo em uma ferramenta de inclusão social