Semearhis - Semeando Impacto Social

Minhas Compras
Você adicionou a sua lista de compras. O que deseja fazer agora?
Continuar Comprando! Fechar Compra!

Transformando o turismo em uma ferramenta de inclusão social

Transformando o turismo em uma ferramenta de inclusão social

Você já pensou como é para um surdo conhecer a Torre Eiffel em Paris, para um cadeirante visitar Machu Picchu no Peru ou para uma pessoa com nanismo explorar as belezas da Serra Gaúcha?

Daniela Longoni BLOG 1544 views 5 min. de leitura

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no Linkedin
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar por E-mail

Você já pensou como é para um surdo conhecer a Torre Eiffel em Paris, para um cadeirante visitar Machu Picchu no Peru ou para uma pessoa com nanismo explorar as belezas da Serra Gaúcha?


Quando se pensa em novas experiências, muitos objetivos concentram-se em conhecer novos lugares, sejam países, estados ou cidades e assim, vivenciar novas perspectivas e conhecimentos, tal como experimentar novos aromas e sabores. Vivenciar essas situações, porém, pode tornar-se mais complicada para algumas pessoas do que para outras, e aqui não estamos falando de dinheiro.


Durante as viagens, turistas têm de frequentar diversos espaços, ocupam meios de transporte como carro, ônibus e avião, hospedam-se em hotéis e pousadas, alimentam-se em lanchonetes, cafeterias e restaurantes, fazem compras em lojas e shoppings, assim como percorrem inúmeras outras áreas, internas e externas. É por esse motivo que a acessibilidade deve ser pensada como um todo, fazendo parte de todos os projetos civis das regiões, apresentando-se como uma maneira de oferecer inclusão a todos os habitantes e visitantes.


Quando se fala em acessibilidade e inclusão, fala-se também em uma vasta legislação e normas técnicas estruturadas com base nos três pilares da acessibilidade. Saiba quais são eles:

  1. Autonomia: criação de estruturas que proporcionem autonomia e independência;
  2. Conforto: aplicação de ferramentas que facilitem atividades, diminuindo a necessidade de esforço físico;
  3. Segurança: criação de estruturas que oferecem segurança e impedem acidentes.

Com a presença desses três pilares nos espaços, é possível que Pessoas com Deficiência tenham tantas experiências quanto qualquer outro turista na mesma rota.


Turismo acessível no Brasil

No Brasil, somente são consideradas acessíveis construções que possuam condições de acesso a todos os seus ambientes de uso comum, assim como aqueles abertos ao público. As regras para os hotéis e pousadas, segundo o Decreto nº 9.269/2018, determinam que esses devem atender o desenho universal e oferecer uma quantidade mínima de quartos adaptados com todos os itens apresentados em norma. A quantidade de quartos adaptados varia conforme a data da sua construção. Esse decreto tem como objetivo permitir que o maior número de hóspedes, independentemente de sua condição física, sensorial, intelectual ou mental, possa usufruir de todos os serviços e atividades oferecidas pelos estabelecimentos.


Normalmente os problemas já começam nos acessos e para isso existem diversos recursos disponíveis para implantação:

  1. Rampas ou Plataformas Elevatórias para solucionar os desníveis;
  2. Corrimãos;
  3. Portas que facilitam a passagem de cadeira de rodas;
  4. Mobília adaptada;
  5. Elevadores com teclas em braile e sistema de som indicador de andares;
  6. Mapa Tátil e Piso Tátil em rotas acessíveis;
  7. Placas e folhetos orientativos em braile;
  8. Estacionamentos com vagas dimensionadas para Pessoas com Deficiência;
  9. Entre outros itens.

Em hotéis, as adaptações devem ser feitas também dentro dos quartos:

  1. Portas: devem ser dimensionadas e conter sistema de abertura que facilita o acesso de qualquer PcD. As fechaduras devem ser de fácil manuseio e, quando possuir abertura por cartão, esse deve conter informações em braile.
  2. Habitação: a prioridade deve ser a livre circulação com acesso à cama, ao armário e ao banheiro, assim como aos outros materiais disponíveis.
  3. Banheiro: a adaptação deve incluir todo o espaço e itens, permitindo a circulação e o giro da cadeira de rodas e disponibilizando acesso à pia e ao vaso sanitário por meio das barras de apoio. O box deve ser adaptado desde a sua dimensão, com a inclusão de bancos e barras, piso antiderrapante e espelhos com inclinação. Toda a mobília deve estar dentro dos padrões do desenho universal;
  4. Estacionamento: vagas dimensionadas para Pessoas com Deficiência.

Os restaurantes devem incluir adaptações para todos os seus serviços e áreas disponíveis:

  1. Espaço que permita a circulação e o giro da cadeira de rodas e disponibilize acesso aos sanitários e às mesas, assim como aos diversos outros serviços oferecidos pelo local;
  2. Banheiros adaptados;
  3. Mesas acessíveis para cadeirantes;
  4. Balcões de autosserviço com altura correta;
  5. Adaptação de outros materiais e áreas disponíveis;
  6. Estacionamentos com vagas dimensionadas para Pessoas com Deficiência.

Muito mais que acessibilidade física

Tão necessário quanto as adaptações físicas do ambiente, contudo, é o comprometimento dos estabelecimentos na adoção da Acessibilidade Atitudinal. Essa se refere a um conjunto de práticas interpessoais que refletem no relacionamento com o público, seja no treinamento de funcionários, na proatividade em resolver problemas, na comunicação acessível - virtual e presencial -, na implantação de recursos, assim como na inclusão de funcionários PcD, que podem prestar auxílio através dos conhecimentos pessoais.


Pessoas com Deficiência e com mobilidade reduzida, idosos e gestantes representam uma grande parcela da população que busca por autonomia, novas experiências e vivências comuns. Algumas ações, porém, tornam-se mais complexas por falta da acessibilidade na infraestrutura brasileira e é por esse motivo que a conscientização dos empreendedores na área de turismo é tão importante quanto parece, uma vez que faz bem mais que apenas entrar em cumprimento com as leis e normas técnicas, torna-se uma ferramenta de inclusão e transformação social, trazendo igualdade para todos.

 

  • Compartilhe esse post
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no Linkedin
  • Compartilhar no Twitter
  • Compartilhar por E-mail
Daniela Longoni
Daniela Longoni

Consultora em Acessibilidade. Arquiteta com experiência em Projetos de Acessibilidade e Gerenciamento de Projetos.

Todas as publicações do(a) autor(a)

Olá, deixe seu comentário para Transformando o turismo em uma ferramenta de inclusão social

Enviando Comentário Fechar :/
Artigos Relacionados
CONTRASTE
DALTÔNISMO
CONFIGURAÇÃO ORIGINAL

Aviso

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossa plataforma. Ao continuar navegando, você concorda com nossa política e cookies.
Saiba Mais