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Você já imaginou como seria um dia em sua vida sem enxergar? E se esse fosse um estado permanente? Vou contar agora um pouco do meu dia a dia para vocês.
Me chamo Daiane Ferreira dos Santos, tenho 25 anos e recentemente deixei de ser baixa visão para ser cega, o que tem sido um desafio constante.
A primeira coisa que faço ao acordar é olhar para a janela para me certificar se ainda vejo a luz do sol, pois é a única informação visual que ainda tenho. Depois disso, por muitas vezes entro em uma briga interna comigo mesma, mas decido encarar o mundo que me espera.
O passo inicial para conquistar minha autonomia foi a busca pela readaptação, neste processo de novas descobertas encontrei o amparo de instituições para Pessoas com Deficiência visual como o INAV – Instituto de Áudio Visão. Estou aprendendo as técnicas de orientação e mobilidade, que me ajudam a adquirir maior segurança nos deslocamentos que permeiam os meus trajetos rotineiros. Também estou tendo aulas sobre o uso dos leitores de tela, como o NVDA, que fazem a narração linear dos conteúdos de meu computador de trabalho. Meu celular tem o Voice Over, que é uma tecnologia assistiva que me permite usar o celular com facilidade.
O mais importante em todo esse processo é que não estou sozinha, tenho uma rede apoio forte como meus amigos, familiares, colegas de trabalho e a Semearhis, que além de me dar suporte em acessibilidade também possui uma agência de modelos da qual participo. A seguir, contaremos com o relato da Júlia, que acompanha parte da minha rotina e é especialista em acessibilidade.
Me chamo Júlia Corso Speggiorin, e além da minha trajetória trabalhando com Pessoas com Deficiência visual há aproximadamente sete anos, também tenho contato constante com a Daiane, nos tornamos amigas e acompanho o seu processo de readaptação. Sei o quanto é importante o apoio da rede e das pessoas mais próximas. As ferramentas assistivas como o Braille e as ferramentas de ampliação, são essenciais para a inserção deste público na vida cotidiana, lhes permitindo o acesso às informações.
O mapa tátil é um auxiliar da Pessoa com Deficiência visual para compreensão dos espaços, localizações e de trajetos, ele é produzido com elementos táteis e legendas em Braille. Todos estes materiais, bem como as técnicas e AVDs - que são as Atividades de Vida Diária e as de Orientação e Mobilidade que auxiliam no deslocamento das pessoas com cegueira e baixa visão, lhes possibilitando maior confiança nos ambientes de passeio público e rotas domésticas.
Para finalizar, gostaríamos de ressaltar a importância das teorias e técnicas para as Pessoas com Deficiência visual, bem como as redes de apoio que dão o suporte em todo o processo de reabilitação da vida diária. O mais importante de salientar neste conteúdo é que quando adaptamos o mundo para uma Pessoa com Deficiência, estamos adaptando-o para todos, é uma busca constante de aprendizado. Tanto para os usuários de serviços de acessibilidade ou como atuante do meio. Não seja somente um expectador, seja um autor de mudanças positivas.
Autoras: Daiane Ferreira dos Santos e Júlia Speggiorin
A Semearhis é uma startup de impacto social voltada para o relacionamento humano, especializada na inclusão assertiva de pessoas com deficiência (PCD)
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